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...e não esqueça de Paikea
que aos poucos incendeia
o coração de Kahutiaterangi,
este sim, acrobata de alma,
doma a fera, enche a boca de sal
e de alegria Maori,
no começo, Kahutiaterangi, depois...Paikea,
o encantador de Baleias.
Fica dito entãopelo avesso da verborragiao que o famoso Charles diriaao ver o acrobata sem chãoTambém acreditoque o muito do muito não ditoé mais do que esclarecerpelas formas do que só se vêPura audácia!do corpo, a alma desataarde o anjo-fera sem nascerda singela sagacidade do ser Aplausos são mais que palavraspara o acrobata que voa sem asassão lágrimas de felicidadedas crianças que já vão com saudade.ahh... o circo.
Sobe, gira, desce, cai e levanta.
Fica em pé, cai de novo e levanta.
Fica em pé e cai.
Levanta, sobe, gira e fica.
Em pé, desce.
aplausos
Pensando a respeito da vida e das coisas boas que temos, só posso realmente dar importância àquela maravilhosa característica que nos envolve através da consciência coletiva, desde jovens pueris até velhos remelentos, rabugentos e malvados, com suas bengalas nervosas agitando e cortando o fétido ar de suas salas impregnadas por seus charutos castrinos nojentos. Sentados no parque, derrubando suas bitucas, entre cuspes grossos de conhaque e tremoço, entoam coros contra jovens casais a explorar o amor encostados em qualquer muro, contra o governo, contra a previdência e a providência. Por outro lado, a transbordar astúcia e vivacidade.
Depende. Depende do amargor.
Pois sim, me refiro à "Singela Sagacidade do Ser".
O passar dos anos nos dá mais do que meios de defesa. Afia nossa perspicácia e acidez. Torna o fio do pensamento uma navalha. Que fatia tanto para a dor, quanto para o amor. Pobre desse último.
Obviamente a vida seria mais doce se tivéssemos pra sempre os olhos de criança, disse ao meu neto.
Quando se é jovem, tudo que se diz, vê, ou faz, tem um efeito perturbador.
Quando se é mais esperto, tudo que se diz, vê, ou faz, tem um efeito perturbador; para os outros.
Minha bengala permanece nervosa, entre golpeios e cutucões nos tornozelos de pobres passantes, rio por dentro.
Entrei numa loja, de conveniência, e a mocinha me cumprimentou alegremente:
- Bom dia, Senhor (...).
Desculpem-me. Não quero revelar meu nome.
Gosto muito de sorvete;
Mas gosto mais ainda, quando consigo sacar uma piada rápida para chacotear com chupadores alheios.
Dia desses aconteceu uma história fabulosa. Deixe-me contá-la:
Comprei meu sorvete nessa loja. E comprei outro pra mocinha que me atendeu.
E a mocinha entre gracejos e entregas de troco, me perguntou desgraçadamente:
- O senhor está namorando?
- Porque quer saber?
- Porque acho que a pipa do vovô nao sobe mais.
- Sim, estou. Respondi injuriado.
Sorriu e me perguntou:
- Gostaria de experimentar meu sorvete?
Respondi que não.
- Que bom mesmo. Senão ficaria baba da sua namoradinha.
- Sim, ficaria um gosto azedinho no seu picolé.
Nesse momento, sua mãe entra na loja e me olha com um olhar doce e meigo.Olhei a pequena, que nesse momento havia entendido, e notei lágrimas nos seus olhos. Saquei um sorriso sádico e me virei.
Fui embora com ar vitorioso.
Sou velho mesmo.
Minha resposta foi péssima. Mas o amor próprio vale isso.
Preciso treinar mais meu lado de dentro.
Minha "Singela Sagacidade do Ser".