quinta-feira, 9 de agosto de 2007

demonios de papel

Sonhos, alucinações, suores e tremores
tantos giros no desvairado carrossel,
levando nos olhares, anos de muitas dores,
eternamente rodeado por demonios de papel

Na lama, espantalho imundo,
na alma, rasgos defuntos,
onde queima o arranhar do vento,
no maldito passar do tempo

Porém,
on the rocks e o sentimento alado
o malfeito triunfa por força bruta
na brincadeira noturna do resignado,
reina absoluta a desgraça profunda

O tempo, reputado: implacável,
impõe o regresso do sentimento insociável
no eterno silêncio do solitário errante
resta no peito um aperto,
uma agonia constante
 

Moedas de 5 centavos


enchi o tanque e ganhei uma lavagem gratuita...gratis!
lavagem não...ducha...
ducha não...esfregação...
é...esfregação....muito da mal feita por sinal....

tinha a placa : CAIXINHA...(e coisa e tal....nem lembro - acho que nem li)

enquanto o caboclo lavava igual o saco dele eu procurava moedas de 5 e 1 centavos....

hehehe

terminado o serviço....(aquela porcaria)

enchi a mão....(ele deve ter pensado:fiquei rico!) (hahaha)

dei cerca de 1 real e 20 e poucos centavos....

achei até que tinha pagado muito (com certeza paguei)

saí rapidamente e mal o caboclo virou as costas já começou a contagem....

hehehe...isso se souber contar...se não souber, vai pedir pra alguem...

é isso...capitalismo

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sexta Feira 13.

Sim,
é hoje.

Dia do oculto e do insondável
Noite do negrume e do inevitável
Noite do insólito e do osso roído
Madrugada do macabro e do abrigo.

Acordou e encontrou um osso roído na porta de casa.

Bu!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Invencível

corpo fechado,
peito de aço

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Carta ao aniversariante

às vezes, a felicidade é ouro líquido
e às vezes, pensamos que o que temos é lixo
o coletivo e o inconsciente convivem juntos
na maior parte do tempo ignoramos o submundo

na vida o lindo são poesias, flores e amores
e o coletivo descarta o que não serve
mas o lixo tambem tem suas cores
e na ironia da vida, nosso prêmio se perde.


-Que foi? Não és digno?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Impossível não ser o que sou

Porque sou quem sou
Sou o que vê e sente
E o caminho por onde vou
Talvez seja algo levemente diferente

Talvez não seja nada disso
Posso também ser facilmente
Ou não passe daquilo
Ou o que imagina, exatamente

Pensei em mudar quem eu sou
Talvez pra agradar quem tu és
Impossível não ser o que sou
Fazedor de cosquinhas nos pés

Deixando de ser, lentamente
Percebi que nao posso mudar
Sou quem te olha mansamente
De dentro do meu coração, seu lugar

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Encantador de Baleias










...e não esqueça de Paikea
que aos poucos incendeia
o coração de Kahutiaterangi,

este sim, acrobata de alma,
doma a fera, enche a boca de sal
e de alegria Maori,

no começo
, Kahutiaterangi, depois...Paikea,
o encantador de Baleias.



terça-feira, 26 de junho de 2007

Circo.

Fica dito então
pelo avesso da verborragia
o que o famoso Charles diria
ao ver o acrobata sem chão

Também acredito
que o muito do muito não dito
é mais do que esclarecer
pelas formas do que só se vê

Pura audácia!
do corpo, a alma desata
arde o anjo-fera sem nascer
da singela sagacidade do ser

Aplausos são mais que palavras
para o acrobata que voa sem asas
são lágrimas de felicidade
das crianças que já vão com saudade.

ahh... o circo.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O acrobata

Sobe, gira, desce, cai e levanta.
Fica em pé, cai de novo e levanta.
Fica em pé e cai.
Levanta, sobe, gira e fica.
Em pé, desce.

aplausos

Quem poderá desenrolar o nó que nos amarra à singela sagacidade do ser?

Pensando a respeito da vida e das coisas boas que temos, só posso realmente dar importância àquela maravilhosa característica que nos envolve através da consciência coletiva, desde jovens pueris até velhos remelentos, rabugentos e malvados, com suas bengalas nervosas agitando e cortando o fétido ar de suas salas impregnadas por seus charutos castrinos nojentos. Sentados no parque, derrubando suas bitucas, entre cuspes grossos de conhaque e tremoço, entoam coros contra jovens casais a explorar o amor encostados em qualquer muro, contra o governo, contra a previdência e a providência. Por outro lado, a transbordar astúcia e vivacidade.
Depende. Depende do amargor.
Pois sim, me refiro à "Singela Sagacidade do Ser".

O passar dos anos nos dá mais do que meios de defesa. Afia nossa perspicácia e acidez. Torna o fio do pensamento uma navalha. Que fatia tanto para a dor, quanto para o amor. Pobre desse último.

Obviamente a vida seria mais doce se tivéssemos pra sempre os olhos de criança, disse ao meu neto.

Quando se é jovem, tudo que se diz, vê, ou faz, tem um efeito perturbador.
Quando se é mais esperto, tudo que se diz, vê, ou faz, tem um efeito perturbador; para os outros.

Minha bengala permanece nervosa, entre golpeios e cutucões nos tornozelos de pobres passantes, rio por dentro.

Entrei numa loja, de conveniência, e a mocinha me cumprimentou alegremente:
- Bom dia, Senhor (...).

Desculpem-me. Não quero revelar meu nome.
Gosto muito de sorvete;
Mas gosto mais ainda, quando consigo sacar uma piada rápida para chacotear com chupadores alheios.

Dia desses aconteceu uma história fabulosa. Deixe-me contá-la:
Comprei meu sorvete nessa loja. E comprei outro pra mocinha que me atendeu.
E a mocinha entre gracejos e entregas de troco, me perguntou desgraçadamente:
- O senhor está namorando?
- Porque quer saber?
- Porque acho que a pipa do vovô nao sobe mais.
- Sim, estou. Respondi injuriado.
Sorriu e me perguntou:

- Gostaria de experimentar meu sorvete?
Respondi que não.
- Que bom mesmo. Senão ficaria baba da sua namoradinha.
- Sim, ficaria um gosto azedinho no seu picolé.

Nesse momento, sua mãe entra na loja e me olha com um olhar doce e meigo.
Olhei a pequena, que nesse momento havia entendido, e notei lágrimas nos seus olhos. Saquei um sorriso sádico e me virei.
Fui embora com ar vitorioso.
Sou velho mesmo.
Minha resposta foi péssima.

Mas o amor próprio vale isso.
Preciso treinar mais meu lado de dentro.
Minha "Singela Sagacidade do Ser".